Nataniel David de Melo

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Trabalho - Morte Súbita

TRABALHO DE MORTE SÚBITA

 

Classificação

É considerada morte súbita, o falecimento onde se excluem todas as causas violentas de óbito, como homicídio, suicídio, envenenamento, traumas, acidentes, etc.[1]

          Não apresenta na literatura uma definição uniforme, todavia, para alguns autores, o termo morte súbita não-esperada e não-traumática testemunhada ocorre em até 1 hora, ou não-testemunhada em um período de 6 horas. Em 1970, um comitê internacional composto por patologistas, clínicos e epidemiologistas concluiu que a morte súbita e inesperada é definida como morte instantânea ou dentro de 24 horas após o início dos sinais e sintomas. Essa ultima definição é mais aconselhável aos patologistas em geral. [2]

          De acordo com a literatura, as principais causas de morte súbita são as doenças cardiovasculares (DCVs), e os principais fatores de risco, a aterosclerose e a hipertensão arterial sistêmica (HAS). A incidência é mais freqüente em homens, em negros e na faixa etária entre 60 e 70 anos. Além disso, é mais comum nas populações urbanas do que nas rurais e nas classes sociais mais baixas, talvez traduzindo a importância do estilo de vida, do nível de estresse e de fatores exógenos. [1]

Principais causas

Geralmente é provocada por arritmias cardíacas que levam a uma significativa queda do desempenho cardíaco que acarreta na falta de sangue no cérebro que por sua vez é muito sensível a falta de oxigênio e faz com que a pessoa perca a consciência, essas arritmias cardíacas geralmente são bloqueios aurículo ventriculares, paradas sinusais ou taquicardia ventricular seguida de fibrilação ventricular. A morte súbita esta vinculada a alguns fatores de riscos que são, ocorrência de tontura ou perda de consciência durante exercício, história familiar de morte súbita, dor torácica durante esforço e palpitações associadas e electrocardiograma anormal.

          A morte súbita em crianças é mais comum nos primeiros três meses de vida, nesse caso, com ligação à fatores hereditários ou genéticos, a morte súbita em bebês tem maior ocorrência em casos de mães fumantes, depois dos seis meses a morte súbita em crianças se torna mais rara. Não iremos nos aprofundar nesse assunto a chamada morte súbita do lactante, pois, temos como objetivo informar acerca das causas de morte súbita em adultos.

          A morte súbita em adultos está constantemente ligada a problemas no coração, e geralmente a patologia não é conhecida por seu portador, principalmente em jovens esportistas. Podem ser por excesso de atividades físicas, inflamatórias, degenerativas, congênitas, infecciosas, Miocardite, uso de drogas, tóxicos, por reflexos nervosos ou a soma destes, ou ainda por hemorragia no cérebro, geralmente por aneurismas congênitos que se rompem, commotio cordis (percussão violenta no tórax causada por uma pancada brusca). Também é freqüente a morte súbita ligada a cocaína ou Ecstasy.

          Exemplos são as mortes causadas por traumatismos nos testículos, ou os famosos socos no chamado plexo solar, que pode provocar a morte em praticantes do boxe. Um traumatismo no tórax, na altura do precórdio, pode causar a morte. O exemplo seria o do jogador de futebol quando a bola lhe bate no peito justamente naquele momento em que o coração terminou a sístole - o sangue refluindo e distendendo a válvula aórtica. Se, justamente neste momento, acontecer o impacto violento da bola no peito, isto pode causar a laceração desta válvula. Por este motivo, recomenda-se aos goleiros que usem a camisa forrada.

          A prática de esforços extremos pode estar relacionada com a morte súbita. O termo extremo não tem o mesmo significado para todas as pessoas. Tudo depende do condicionamento de quem pratica o esforço, ou se houver ou não uma doença conhecida. Uma pessoa doente do coração, ao se submeter a um esforço exagerado, para ela, pode vir a morrer. Um exemplo seria o daquela pessoa acometida de doença isquêmica do coração, conhecida ou não, que morre durante o ato sexual.

          Em 2006, Reis et al, elaborou uma pesquisa junto ao SVO (serviço de verificação de óbitos) da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, com objetivo de estudar a prevalência de morte súbita e os fatores de riscos associados nas necropsias realizadas pelo SVO no período de 1993 a 2004, onde foram registradas 2.056 autópsias no SVO de São José do Rio Preto, obtendo-se 750 (37,93%) registros de morte súbita. A idade média desse grupo foi de 61,76 anos.

          Para a surpresa da medicina desportiva, a morte súbita vem acometendo pessoas mais jovens e com considerável atividade física, como jogadores de futebol. O Comitê Olímpico Internacional publicou recentemente pesquisa que mostra os números preocupantes desses casos de morte súbita, dados esses que mostram que de 1966 a 2004 foram relatadas 1.101 mortes súbitas de jovens atletas com idade média de 35 anos, perfazendo uma média de 29 óbitos por ano. [3]


          Nessa amostra observou-se que pacientes do sexo feminino (37,43%) apresentaram média de idade (65,62 anos) maior que a do sexo masculino (59,45 anos). A principal causa relatada como morte súbita foi infarto agudo do miocárdio (IAM) (48,71%), seguido de edema agudo de pulmão (12,05%), tromboembolismo pulmonar (6,79%) e acidente vascular cerebral (AVC), sendo 5,25% de AVC hemorrágico e 2,94% de isquêmico. Em 3,84% dos óbitos não foi encontrada a causa, recebendo estes o diagnóstico de “morfologicamente indeterminados”. A principal moléstia de base na morte súbita associada ao IAM foi aterosclerose (80%). A Tabela mostra as causas imediatas mais comuns e a moléstia principal.

 Como ocorre?

          Se tivermos a oportunidade de assistir a morte súbita de alguém, podemos observar que a vítima se estiver de pé, se inclina para a frente, dobra levemente os joelhos, antes de desabar flácida ao chão. Isto é útil saber para que os assistentes corram a fim de socorrer a vítima, pois os minutos inicias são os que ainda oferecem a possibilidade de salvamento. Este é um detalhe a observar, importante a quem assiste à atividades esportivas, onde as quedas dos atletas são freqüentes e que vão desde as simuladas, as justificáveis até as fatais.

 

Porque Ocorre?

Prevenção:

Análise cuidadosa do histórico clínico, familiar, electrocardiograma, teste de esforço físico e ecocardiograma. Obs. lembrando que existem raros casos em que a morte súbita não está ligada a doenças do coração.

 

1 - . ABREU, E. S.; MONTENEGRO, M. R. Morte súbita: definições, significado clínico e patogênese: o papel dos Serviços de Verificação de Óbitos. J Bras Patol, v. 35, n. 3, p. 159-64, 1999.).

2 - REIS, Luciana Martins dos; CORDEIRO, José Antônio  and  CURY, Patrícia Maluf. Análise da prevalência de morte súbita e os fatores de riscos associados: estudo em 2.056 pacientes submetidos a necropsia. J. Bras. Patol. Med. Lab. [online]. 2006, vol.42, n.4, pp. 299-303. ISSN 1676-2444.  doi: 10.1590/S1676-24442006000400012

3 - GHORAYEB, Nabil; CRUZ, Fernando Eugênio dos Santos  and  DIOGUARDI, Giuseppe. Morte súbita de atletas: fato novo?. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2007, vol.89, n.6, pp. e169-e170. ISSN 0066-782X.  doi: 10.1590/S0066-782X2007001800015.